sábado, 1 de dezembro de 2007

A visão cansada do inexistente.

O vento dentro traz o fim,
Da vazia realidade da morte.
E a inspiração é a vida e a vida é sonho.
As paredes não existem porque foram construídas.
As verdades não existem porque foram concluídas.
E as cores não são nada porque existem cegos.
Toda explosão é um fim e um início.
E todo início é o principio do fim.
Meus olhos de criança já estão velhos
E já sorriram demais com a beleza do absurdo.
Vivemos um pouco e vemos um pouco.
Sentimos algumas coisas e sofremos
Pelo que não sentimos.
O vento no peito me enche de mim,
Somos feito de vento,
E voamos no sonho,
Onde o céu é o pensamento,
Onde a terra é o sentimento
E a água é lágrima
Que trás a vida lamentando a morte.
As famílias não existem porque se morre sozinho.
As estradas não existem porque perdemos caminho.
E os caminhos não existem pois levam ao mesmo lugar.
As estrelas perderam a noção do tempo,
E as fadas sonham com casamento.
Um átomo solitário perdeu sua órbita,
E agora vaga ao redor do nada.
E os surdos não ouvem o pedido dos mudos.
Somos somente carta no baralho.
Não existimos até provem o contrário.
Um anjo que não existe,
Me disse que eu posso saber isso.
E esse mesmo anjo triste me disse também:
-Se souber mais que isso, não conte a ninguém!

26/05/99

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