sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Minha Floresta

Meu coração imerso,
Há uma floresta de sombras,
E de vida, há restos.
Não há passos,
Onde caminha o silêncio.
Um emaranhado de dúvidas,
Em um bosque de gestos.
A distância é só dor.
O horizonte, vapor.
Percorro um atalho efêmero,
E na noite, sedento,
A um lírico lago me embrenho.
Suas pequenas ondas me envolvem,
Meu desejo e meu medo,
Me impedem de pronto,
A saciar minha sede
E me vejo de encontro,
A ser fisgado em rede,
Pela beleza do lago.
E me encontro ali,
Ali no seco e ali molhado,
E sou reflexo, a lua ao lado.
E sou meu medo, apaixonado.
Preciso nadar,
Mas se a água for fria,
Perco meu ar.
Se mergulho, profundo,
Encontro uma pedra e adeus, meu mundo.
Mas só tenho esse lago,
Minha carência é tão grande,
Que mergulho assustado,
Para o abraço do lago.
E me perco em mim mesmo,
E a floresta,
Sou eu.

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